Schlegel e o feito eterno e transcendental
No fragmento 256 do Athenäum Friedrich Schlegel diz que o erro da estética sofística foi tomar a beleza por um objeto dado, um fenômeno psicológico. Não devemos só fazer da idéia vazia de obra de arte algo que se deve produzir, ma também, ao mesmo tempo, tomar a coisa mesma por um feito vindo da ação originária do espírito humano, um feito que seja eterno e transcendental.
Schlegel abandona o primado da estética do efeito, da teoria da sensação, para abrir o campo de uma filosofia da arte. A atividade do espírito humano na obra de arte moderna, seja do ponto de vista do artista quanto do crítico, é sempre artificial, misturada. Mas a ação originária deve estar lá, para atingir eterno e transcendental, assim como estava nos gregos. Logo, não se deixa de buscar o absoluto. A obra de arte moderna quer com sua ausência de ingenuidade e ironia tocar o originário e tornar-se eterna a partir da transitoriedade da história. Mas essa eternidade e transcendentalidade não quer ser simples, perfeita e completa como na arte clássica, quer chegar à química secreta de um eterno artificial. Podemos especular que o acesso ao transcendental vem de uma preparação laboratorial da arte a mais calculada, mas que reencontra o atividade espontânea originária ao longo de seu processo de produção.
Obsessão de Schiller de reencontrar o ingênuo no sentimental também está aqui ligada ao campo crítico do transcendental. Mas a crise romântica da crítica não deixa de desejar avidamente o eterno, o absoluto, e crer que pode chegar lá se estiver à altura de seu desafio, que é enfrentar toda a distância do absoluto tomando consciência da química das coisas (suas possibilidades, cf. Musil, relação entre a instância crítica transcendental e o senso de possibilidade de Musil) e do próprio ato de produção.
Schlegel abandona o primado da estética do efeito, da teoria da sensação, para abrir o campo de uma filosofia da arte. A atividade do espírito humano na obra de arte moderna, seja do ponto de vista do artista quanto do crítico, é sempre artificial, misturada. Mas a ação originária deve estar lá, para atingir eterno e transcendental, assim como estava nos gregos. Logo, não se deixa de buscar o absoluto. A obra de arte moderna quer com sua ausência de ingenuidade e ironia tocar o originário e tornar-se eterna a partir da transitoriedade da história. Mas essa eternidade e transcendentalidade não quer ser simples, perfeita e completa como na arte clássica, quer chegar à química secreta de um eterno artificial. Podemos especular que o acesso ao transcendental vem de uma preparação laboratorial da arte a mais calculada, mas que reencontra o atividade espontânea originária ao longo de seu processo de produção.
Obsessão de Schiller de reencontrar o ingênuo no sentimental também está aqui ligada ao campo crítico do transcendental. Mas a crise romântica da crítica não deixa de desejar avidamente o eterno, o absoluto, e crer que pode chegar lá se estiver à altura de seu desafio, que é enfrentar toda a distância do absoluto tomando consciência da química das coisas (suas possibilidades, cf. Musil, relação entre a instância crítica transcendental e o senso de possibilidade de Musil) e do próprio ato de produção.
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