Morte de Deus, Édipo e a burguesia
No fragmento de 1872 de Nietzsche intitulado "Édipo", que Agamben analisa na p. 168 da edição francesa de A linguagem e a morte, Nietzsche se intitula o último homem, o último filósofo, com a mais solitária das solidões. O homem que "matou" Deus foi o homem burguês, que é o "último homem" de Assim falava Zaratustra, mas aqui Nietzsche parece se identificar com ele, sendo, penso eu, o último dos burgueses. No aforisma da morte de Deus, ele de fato fala com os homens da praça com o pronome "nós", nós matamos Deus, mas de todos nós, só um louco que se dá conta da dimensão do ato.
O mais interessante é identificar Édipo com o homem burguês (de fato, ele é um rei), com o homem que matou Deus, seu pai, e desposou a mãe, que poderíamos associar à natureza. Em vez de identificar o homem burguês com Ulisses, como é o caso de Adorno e Horkheimer, sendo o buruguês um homem vitorioso e astuto, que retorna à casa, estamos aqui o burguês como aquele que abusa da própria mãe com a exploração da natureza, abusa do "povo" com a exploração do trabalho alienado, escravizando o trabalhador ao pagar o tempo de trabalho, etc. Com isso, ele é banido de seu reino e funda uma segunda natureza na errância de seu individualismo, uma natureza cega. Assim, o fracasso de Édipo é o complemento da vitória de Ulisses e o perdão do Fausto de Goethe.
Se hoje o sujeito pós-moderno precisa administrar sua vida como uma empresa, através de seu computador e conexão Internet, parece que a segunda natureza se tornou uma terceira no mundo virtual (cf. Lukács e Baudrillard), mais um estágio da cegueira. Somos tiranos de nós mesmos, administrando os dados de nossa vida. Nessa terceira natureza, o deus ou o pai já morto é ressuscitado no mundo virtual como um simulacro do super-homem. Só no mundo virtual o super-homem burguês pode nascer, mas será que ele, a partir da técnica, vai crescer e se tornar o que se é?
Mas o verdadeiro super-homem está na ligação entre a mística e a máquina, negatividade e potência - positividade e concretização.
O mais interessante é identificar Édipo com o homem burguês (de fato, ele é um rei), com o homem que matou Deus, seu pai, e desposou a mãe, que poderíamos associar à natureza. Em vez de identificar o homem burguês com Ulisses, como é o caso de Adorno e Horkheimer, sendo o buruguês um homem vitorioso e astuto, que retorna à casa, estamos aqui o burguês como aquele que abusa da própria mãe com a exploração da natureza, abusa do "povo" com a exploração do trabalho alienado, escravizando o trabalhador ao pagar o tempo de trabalho, etc. Com isso, ele é banido de seu reino e funda uma segunda natureza na errância de seu individualismo, uma natureza cega. Assim, o fracasso de Édipo é o complemento da vitória de Ulisses e o perdão do Fausto de Goethe.
Se hoje o sujeito pós-moderno precisa administrar sua vida como uma empresa, através de seu computador e conexão Internet, parece que a segunda natureza se tornou uma terceira no mundo virtual (cf. Lukács e Baudrillard), mais um estágio da cegueira. Somos tiranos de nós mesmos, administrando os dados de nossa vida. Nessa terceira natureza, o deus ou o pai já morto é ressuscitado no mundo virtual como um simulacro do super-homem. Só no mundo virtual o super-homem burguês pode nascer, mas será que ele, a partir da técnica, vai crescer e se tornar o que se é?
Mas o verdadeiro super-homem está na ligação entre a mística e a máquina, negatividade e potência - positividade e concretização.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home