dialética negativa

Thursday, December 17, 2009

Ler, analisar e interpretar um poema (Teoria II)

Para a turma de teoria II, sabe-se que trabalhei com uma leitura e interpretação o mais minuciosa possível dos poemas. Fiz isso pela simples razão de que os alunos - aliás, a maioria das pessoas - não se sentem aptos a fruírem da leitura de um poema. É uma velha história: as pessoas não estão acostumadas a ler poesia. Por isso, procurei fazer análise cerrada de verso a verso, palavra a palavra, com avaliação, para que o aluno tivesse uma movimentação ativa na leitura, para que ele, nas palavras de Barthes, reescreve o que leu.
Achei que tivemos um ótimo resultado com isso. As duas últimas aulas foram simplesmente ótimas.

Um aluno do curso de Teoria II, Celso, me questionou, afirmando que ele preferia ler os poemas sem precisar fazer esse exercício extremo. Na hora respondi mas fiquei pensando que minha resposta não foi satisfatória.

Então aqui lanço uma resposta mais pensada. Acho que o Celso já se sentiu capaz de acelerar a leitura e se embalar com ela, sem precisar de um exame de cada passo. Ora, é aí onde eu queria chegar. Depois de uma leitura analítica, o segundo estágio é ler sem parar e ir pegando o embalo do livro. O problema é quando se lê e não se entende nada, mas depois de ter captado e praticado o tipo de exercício associativo da leitura de poesia, em seguida o ritmo da leitura passa a seguir a melodia dos poemas sem o "pause" da decifração. Aliás, só assim que vocês serão capazes, a partir de agora, de devorar livros de poesia, conseguir ler um livro atrás do outro e formando um repertório.
Espero que estejam dispostos a isso. Alternar livros de prosa, poesia e teoria é a melhor opção, para não cansar uma linguagem e fazer com que uma enriqueça a outra. Lembro que é importante ler um livro inteiro, atravessar a obra de um autor (poeta, escritor ou teórico) de modo a ter a visão integral de uma obra publicada.






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