dialética negativa

Saturday, January 30, 2010

Lost, última temporada, a teoria final: a ilha é Atlântida

Aqui vai o spoiler definitivo do seriado:
por que há ruínas de uma civilização subterrânea na ilha? Qual a razão de essas ruínas serem egípcias? Por que a ilha não foi descoberta até o século XX? Simples: porque a ilha é a lendária Atlântida, foi dela que saiu as grandes civilizações, como Egito e Grécia, por isso que ela contém propriedades especiais. Alpert é um atlante, a vontade da "ilha" é, no fundo, a providência divina que delibera sobre tudo e todos, mas na ilha ela está mais próxima de seus prodígios (mesmo que terríveis) mágicos. Depois de muito elucubrar assistindo todos os episódios com a Kelly, chegamos a essa conclusão. Se Lost não terminar assim, acho que perderão a melhor idéia de uma boa explicação global, digna do tom épico, da revelação da máquina do mundo, que deve ser o do final. Mas e se não for isso?

Minha opinião (para falar sério) é a de que eles matarão quase todo mundo, não explicarão 80% dos mistérios e inventarão mais mistérios no caminho. O seriado terminará, ironicamente, revelando o que sempre foi: uma história surrealista. Toda tensão narrativa que se concentrou em aumento qualitativo e quantitativo de enigmas se desmanchará sem a grande coerência que todo mundo espera encontrar no final. O segredo é que não há segredo, é que deveríamos ter visto, desde o início, como uma brincadeira de mobilizações dramáticas em torno de grandes vazios de sentido. O grande mérito dos roteristas foi ter iludido tantos fãs durante tanto tempo, ter deixado em suspenso justamente o que todos exigiam: uma explicação.

Ouço Carlton Cuse e Damon Lindelof darem a resposta que de fato gostariam: "a vida não se explica, nascemos e morremos sem Deus nos responder os grandes mistérios, por que deveríamos nós responder algo no nosso seriado? Os fãs devem seguir o melhor e mais importante personagem: Locke, que morre e ressuscita pela fé. A expectativa do fã deve fazer a mesma coisa."