dialética negativa

Thursday, April 26, 2018

Teoria literária I-2018-01-roteiro de aula 2

9- Estudo o livro: COMPAGNON, Antoine. Literatura para quê? Belo Horizonte : Editora UFMG, 2009.

p. 9 Compagnon cita o livro de Marcel Proust Em Busca do Tempo Perdido 02 - A Sombra das Moças em Flor
https://projetophronesis.files.wordpress.com/2012/06/proust-em-busca-do-tempo-perdido-2-a-sombra-das-raparigas-em-flor.pdf
"O primeiro jantar a que o Sr. de Norpois compareceu em nossa casa, ano em que eu ainda jogava nos Champs-Élysées, ficou na minha lembrança, que a tarde desse mesmo dia foi aquela em que eu ia enfim, ouvir a Berma na "matinê", representando a Fedra, e também porque, palestrando com o Sr. Norpois, percebi de súbito, e de uma forma nova, de que modo os sentimentos despertados em mim por tudo o que se relacionasse com Gilberte Swann os pais divergiam daqueles que essa mesma família inspirava a qualquer outra" p. 6 do pdf do Proust

"Somente a idéia de que me deixar ouvir a Berma me aliviava o desgosto. Mas assim como só desejava contemplar tempestades nos litorais onde eram mais violentas, da mesma forma iria ouvir a grande atriz num daqueles papéis clássicos em que Swann me afirmara que ela atingia a sublimidade. Pois, quando estamos na espera de preciosa descoberta e desejamos receber certas impressões da natureza, sentimos algum escrúpulo em deixar nossa alma acolher, em vez de impressões menores, que poderiam nos enganar quanto ao exato valor de Berma em Andrômaca, nos Caprichos de Marianne, em Fedra, era uma das coisas famosas que minha imaginação tanto desejara. Teria o mesmo divertimento que no dia em que uma gôndola me conduzisse para junto do Ti Frari ou dos Carpaccio de San Giorgio del Schiavoni, se alguma vez ouvidos pela Berma os versos: ''Diz-se que uma súbita partida vos afasta de nós, Senhor,'' etc." p. 7
" Colocando assim em cartazes, no meio de peças que só eram destinadas a fazer passar o tempo de um sarau, Fedra, cujo título não era maior que o das outras; onde se imprimia em caracteres diferentes, ela o acrescentava ali como o subentendido de uma dona de casa que, ao apresentá-lo aos convivas no momento de ir para a mesa, lhes diz, em meio aos nomes dos convidados que são apenas convidados, e no mesmo tom com que citou os outros: Sr. Anatole France." p. 8
"ocorreu-me quando fui fazer diante da coluna dos teatros a minha parada diária de elitista; ultimamente, vira, úmido ainda, o cartaz detalhado da Fedra que tinham acabado de colar pela primeira vez (e onde, na verdade, o resto da distribuição não tinha nenhum atrativo novo que pudesse me fazer tomar uma decisão). Mas, um dos objetivos, entre os quais oscilava a minha indecisão, uma forma mais concreta e - já que o cartaz estava datado, não do dia em que o lia; mas daquele em que ocorreria a representação, e com a própria hora em que se ergue - quase iminente, já em vias de realização, de modo que pulei de alegria, ao pensar que, naquele dia, exatamente naquela hora, estaria presente para ouvir Berma;" p. 9

"Porém, ao mesmo tempo, todo meu prazer cessara; por mais que estendesse para Berma os meus olhos, meus ouvidos, meu espírito, para não deixar escapar uma migalha dos motivos que ela me daria para admirá-la, não logrei recolher um sequer. Nem podia, como no caso de suas companheiras, distinguirem, no jogo das inflexões inteligentes, os belos gestos. Escutava-a como se, lendo a Fedra, ou como se a própria Fedra dissesse naquele momento eu a ouvia, sem que o talento da Berma parecesse lhe ter acrescentado coisa alguma. Gostaria para poder aprofundá-la, para tentar descobrir o que havia nela de belo; de parar, imobilizar cada inflexão da artista, cada expressão sua; pelo menos, à força de agilidade mental, tendo, antes de um verso, toda a atenção instalada e alerta. Tentava não me distrair em preparativos uma parte da atenção de cada palavra, de cada gesto; graças à intensidade da minha procura chegara descer tão profundamente nelas como o teria feito se tivesse longo tempo à minha disposição. Mas como era breve essa duração! Mal meus ouvidos ouviam um som, este já era substituído por outro." p. 11

10- La columna Morris (en francéscolonne Morris, conocida en alemán como Litfaßsäulecolumna Litfaß) es un elemento de mobiliario urbano inicialmente parisino, pero presente también en muchas otras ciudades del mundo. De forma cilíndrica, sirve principalmente de soporte para la publicidad de los espectáculos y películas
https://es.wikipedia.org/wiki/Columna_Morris




Une colonne Morris, tableau de Jean Béraud, vers 1885.

Fedra (Racine)

Fedra es una tragedia del dramaturgo francés Jean Racine que se publicó en 1677.

p. 10, Compagnon

Joachim du Bellay

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Joachim du Bellay.png
Joachim du Bellay (c. 1522 - 1 de janeiro de 1560) foi um poeta francês, membro da Pléiade.[1]




















https://pt.wikipedia.org/wiki/Joachim_du_Bellay

https://fr.wikipedia.org/wiki/Joachim_du_Bellay


Jean-Louis Guez de Balzac

Jean-Louis Guez de Balzac (Angulema, 31 de mayo de 15971​ – íd., 18 de febrero de 1654) fue un escritor libertino francés, conocido sobre todo por sus 27 libros de Lettres ("Cartas" o "Epistolario"), muy leídos en su tiempo, y como escritor satírico de un falso e irónico pseudoelogio de Luis XIII, Le Prince. Le dieron el sobrenombre de "Restaurador de la lengua francesa" y figuró entre los fundadores de la Academia.
https://es.wikipedia.org/wiki/Jean-Louis_Guez_de_Balzac


11- Poema de Baudelaire, XXXV das flores do mal
DUELLUM
Dois inimigos se enfrentaram; suas armas
O ar tingiram de sangue e de ébrios esplendores.
Estes metais em duelo ecoam como alarmas
Da juventude exposta a impúberes amores.

Foram-se os gládios! Como a nossa juventude,
Querida! Mas as unhas e os dentes afiados
Logo vingam a espada e a adaga falsa e rude.
Ó corações em fúria e pelo amor magoados!

Na ravina apinhada de onças e leopardos
Rolam os heróis, um a outro abraçado,
E sua pele há de fazer florir os cardos.

- Pois este abismo é o inferno por tantos povoado!
Nele rolemos sem remorso, cruel parceira,

A fim de que o ódio nos aqueça a vida inteira!

XXXV
DUELLUM

Deux guerriers ont couru l’un sur l’autre ; leurs armes
Ont éclaboussé l’air de lueurs et de sang.
Ces jeux, ces cliquetis du fer sont les vacarmes
D’une jeunesse en proie à l’amour vagissant.

Les glaives sont brisés ! comme notre jeunesse,
Ma chère ! Mais les dents, les ongles acérés,
Vengent bientôt l’épée et la dague traîtresse.
— Ô fureur des cœurs mûrs par l’amour ulcérés !

Dans le ravin hanté des chats-pards et des onces
Nos héros, s’étreignant méchamment, ont roulé,
Et leur peau fleurira l’aridité des ronces.

— Ce gouffre, c’est l’enfer, de nos amis peuplé !
Roulons-y sans remords, amazone inhumaine,

Afin d’éterniser l’ardeur de notre haine !
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