dialética negativa

Friday, July 27, 2012

Gott: das Allrealste


Was ist nun der Begriff Gottes? Er ist das Allerrealste. Er ist nur affirmativ zu fassen, ist bestimmt in sich; der Inhalt hat keine Beschränkung; er ist alle Realität und nur als Realität ohne Schranke; damit bleibt eigentlich nur das tote Abstraktum übrig, dies ist schon früher bemerkt. Von diesem Begriff wird die Möglichkeit, d.h. seine widerspruchslose Identität aufgezeigt in der Form des Verstandes. Das zweite ist, es wird gesagt: Sein ist eine Realität, Nichtsein ist Negation, ein Mangel, schlechthin dagegen. Das dritte ist der Schluß: Sein ist also Realität, welche zum Begriff Gottes gehört.
[...]
Die Vollkommenheit ist nur eine unbestimmte Vorstellung. Was ist denn vollkommen? Die Bestimmung des Vollkommenen sehen wir unmittelbar an dem, was dem, auf was sie hier angewendet wird, entgegengesetzt ist; nämlich die Unvollkommenheit ist nur der Gedanke Gottes, und so ist das Vollkommene die Einheit des Gedankens, des Begriffs mit der Realität; diese Einheit wird also hier vorausgesetzt. Indem Gott gesetzt ist als das Vollkommenste, so hat er hier keine weitere Bestimmung; er ist nur das Vollkommene, er ist nur als solches, und dies ist seine Bestimmtheit. Es erhellt daraus, daß es sich eigentlich nur um diese Einheit des Begriffs und der Realität handelt. Diese Einheit ist die Bestimmung der Vollkommenheit und zugleich die der Gottheit selbst; dies ist auch in der Tat die Bestimmung der Idee.

Hegel - Vorlesungen über die Philosophie der Religion; Der metaphysische Begriff der Idee Gottes 




Wednesday, July 25, 2012

Teoria da literatura II 06-2012

No livro Hermenêutica do sujeito, p. 115, Foucault diferencia o tipo de cuidado de si do Alcebíades, de Platão, do período helenístico.

Na
prática de si que vemos desenvolver-se no decurso do perío-
do helenístico e romano, ao contrário, há um lado formador
que é essencialmente vinculado à preparação do indivíduo,
preparação porém não para determinada forma de profis-
são ou de atividade social: não se trata, como no Alcibíades,
de formar o indivíduo para tomar-se um bom governante;
trata-se, independentemente de qualquer especificação pro-
fissional, de formá-lo para que possa suportar, como con-
vém, todos os eventuais acidentes, todos os infortúnios pos-
síveis,  todas as desgraças e  todos os reveses que possam
atingi-lo. Trata-se, conseqüentemente, de montar um me-
canismo de segurança, não de inculcar um saber técnico e
profissional ligado a determinado tipo de atividade. Esta for-
mação, esta armadura se quisermos, armadura protetora em
relação ao resto do mundo, a todos os acidentes ou aconteci-
mentos que possam produzir-se, é o que os gregos chama-
vam de paraskheué,  aproximadamente traduzido por Sêneca
como instructio.  A  instructio  é  esta armadura do indivíduo
em face [dos] acontecimentos e não a formação em função de
um fim profissional determinado. Portanto, nos séculos I-lI,
encontramos este lado formador da prática de si.

Comparar com o poema de Armando Freitas Filho do livro Máquina de escrever, p. 221-222.
(retirado originalmente do livro De corpo presente, de 1975)

Auto-retrato 

No papel fino do espaço 
a minha figura pousa 
seus traços e braços: 
pedaços, quebra-cabeça 

armando as suas peças 
partes, pedras e passos: 
a cada gesto o contato 
tão tátil de fragmentos 

que os dedos do acaso 
adaptam, múltiplos 
com seus vários perfis 
contrários, numa soma 

de avessos e retalhos 
e a imagem sob a pele 
é alinhavada: andaimes 
de cartas, o castelo 

embaralhado pelo vento 
que saco de flâmulas 
de naipes inventados: 
construção de dados 

com seus inúmeros 
números, lados, ludus 
o encontro de cubos 
neste espelho de papel 

onde o puzzle do corpo 
uma armadura de lacunas 
em tempo de pressa e perda 
armou seus erros e hiatos.

Hipótese: o poema de Armando nos mostra como é impossível assegurar-se contra a "armadura de lacunas"  do corpo, que nos enreda na "pressa e perda" do tempo. A figura do poeta no papel é uma "construção de dados" que monta e desmonta o seu próprio quebra-cabeça. Se o poema não parece armar-se diante dos acontecimentos, como lemos no trecho do Foucault acima, ele faz algo semelhante trazendo para si o próprio caos exterior, constrói e desconstrói suas "partes, pedras, passos". As palavras em série de alguns versos, a estrutura em parte livre da sintaxe, exibe a tensão entre montagem e desmontagem do eu lírico na escrita poética. 

Awaken-Yes + O livro secreto segundo João



Pois eu existia no começo, viajando por todos os caminhos
de viagem.
 Pois eu é que sou a riqueza da luz;
eu é que sou a memória da plenitude. 
E viajei na grandeza das trevas,
...

E disse: "o ouvinte, acorda do sono pesado".
"Quem está chamando meu nome?
E de onde vem minha esperança, pois vivo nos grilhões da
prisão?"
E eu disse: "Eu é que sou o pensamento anterior da luz
incontaminada;
Eu é que sou o pensamento do espírito virgem
eu que estou conduzindo você para o lugar de honra.
Levante! Tenha em mente que você é a pessoa que ouviu.
(O livro secreto segundo João-escritura gnóstica clássica)

http://www.youtube.com/watch?v=AHLPOUCaMtY&feature=related